sexta-feira, 25 de abril de 2008

Carta à um amor bandido.

E pensar que tinha tanta coisa para te dizer e não falei quase nada. Espero que meus olhos tenham suprido este papel repentino e quase obrigatório de lábios. Sabe quando tudo é tão intenso que acaba suprimindo as palavras? Então, é por isso. Pela rapidez, pela intensidade, pelo susto, pela reciprocidade, pelo seu olhar.
Me peguei pensando várias vezes nas palavras que poderia pronunciar, mas o êxtase e o medo que ele proporciona sempre acabam por calar-me. Te quis em tantos momentos e queria que ficasse tantas vezes. Contudo, nunca o pedi explicitamente. A magia sempre me impedia de raciocinar direito. Não que seja menos encantador agora, mas o relógio desta metrópole nos apressa, lembrando que mundo existe e nos cobra tanta coisa. Somos cobrados por coisas que até mesmo estão fora de nossos reais interesses; o que dizer então dessa vontade de ficarmos juntos?
Parece que nem eu, nem terceiros respeitamos isso. Fico dividida entre aquilo que quero e aquilo que devo. Te quero, mas não devo. Ou será que nos queremos, mas os senhores do universo parecem não nos escolherem? Enfim, só sei que te quero. Te quero pela minha ansiedade, pela magia, pelo tempo ingrato, pelos silêncios, pelos olhares e abraços, pelos cafés, pelos beijos que não foram permitidos beijar, pelas palavras, pelas entrelinhas. Queria muito que você ouvisse tudo isso de mim, mas, seja por problemas de fala, liberdade ou horário, seus olhos não me vêem neste momento. Entretanto eu precisava, de alguma forma, te "dizer" que eu te amo.
Eu te amo e tantas vezes flagrei seu olhar e segurei o meu com medo que eles nos delatassem. Não tivemos um momento nosso como queria, desejava e esperava. Mas agora não há mais espaços e nem convêm fazer análises de porquês... O tempo não pára. E é por isso que decidi não adiar estas palavras para um amanhã que não me pertence. Só tenho o agora e sua não-presença. Não digo ausência, visto que ela é oca, vazia, e eu te tenho aqui dentro... Então não pode ser ausência.
Isso tudo me faz sentir com quinze anos novamente. Sim, quinze anos. Época de sentimentos coloridos das mais variadas matizes e quer saber? Não vai desbotar nunca. Não faço a mínima ideia do que vai acontecer conosco, mas tenho certeza que está valendo a pena e muito. Escutar tudo que você me disse, ver seu sorriso, sentir teu cheiro... É, valeu totalmente a pena! E as cores que isso tem, meu amor, são eternas. O momento é passageiro, mas as lembranças não. Elas são traiçoeiras, sempre voltam.
Tomara que o amanhã te traga para mim. Contudo, isso já é uma outra situação. A única coisa que sei é que hoje, até o momento em que eu deixar esta carta em um lugar onde você possa encontrar e ficar com uma raiva danada de não ter te dito isso pessoalmente, eu estarei te amando.

"Come away with me in the night.
Come away with me and I'll write you a song.
Come away with me on the bus.
Come away where they can't tempt us with their lies.
And I wanna walk with you on a cloudy day in fields where the yellow grass grows knee-high.
So won't you try to come?"

5 comentários:

Little Princess ;* disse...

- Fessooooooooooora ;)
caraca tá lindinho aki heiin?
é sempre boom ter um Blog ;x
eo tbm tenhu um desses!

http://amomuitomeumundinho.blogspot.com

;*;*; voo att agooora!

oconselheiro disse...

Belo... Lindo... Sentimentos nos consomem e o amor é avassalador!! Já fui de escrever cartas tb... O importante é expor... botar pra fora... Afinal... não há regras... vencedores... Mergulhe no love e nas postagens!!!! Bjus! ED

Unknown disse...

Linda, o blog está a sua cara!!! Sou fã dos seus escritos...passarei sempre por aqui!
Bjão!

Adilson Jr. disse...

Come away with me in the night...

In the night, é o momento certo pra fugir, pra viver um amor perigoso, um amor bandido e que deve, acima de tudo ser vivido.

Não se deve adiar uma declaração de amor
Não se deve adiar o discurso do coração
Não se deve adiar o desejo
Não se deve adiar-se
O adiar-se leva ao odiar-se e não leva ao
amar-se
ao amá-lo
ao amar-nos ao amar nos tempos que devemos e vemos a nós mesmos como subprojetos do arrependimento

Deve-se adiar o arrependimento para que quando te perguntarem: "So, won't you try to come?" Vc não responder: "Don't know why I didn't come"...

Ameeeeei!!

Thúli Cavalcânti disse...

Tá lindo Vanessão!Um blog nos leva a vontade de escrever, de botar pra fora o que vivemos e sentimos.Nos faz sempre manter contato com a escrita e com as Letras.É maravilhoso! Adorei O Amor Bandido! Minha amiga, pra lá de romântica,heim?Te adoro babybrunette! :***