Encerrei meus sonhos pueris para viver tudo que estou vivendo agora. Acertei alguns erros e me preparei para errar muito mais e deliciosamente. Nessa loucura de viver aquilo que conjecturei nunca me permitir viver, reencontrei minhas músicas e letras e redesenhei novas linhas de um sorriso já conhecido. Apaguei palavras eternas em meus dicionários, me deixei ser um filme sem final feliz e com afável desenvolvimento. Não corte a linha que me liga à tua alma, estava dito em um filme do Coppola. Mas eu digo: se a linha tiver que ser cortada, que eu tenha, ao menos por uma noite, minhas costas inteiramente acariciadas por teus beijos. Quero ainda me felicitar pelas palavras esquecidas de outrora. Quero ainda arrumar os armários e ter coragem de jogar muita coisa fora. No mapa perdido dos meus tesouros, me encontrei ávida, lúcida e desistente de minha sede pelo equilíbrio – quero bambear nas certezas ou por algumas doses de vinho. Continuo detestando meu corpo e minha alma infiel. Contudo, se após milhões de anos de evolução, me foi dado esta pele, quero aprender a usar armas brancas e me ferir menos. Percebi que me feria letalmente enquanto julgava estar com a vida sob controle. Não encerrarei a carreira e a fé, se ela existe, aparecerá em algum dos momentos torpes que viverei.
Nenhum comentário:
Postar um comentário