Queria escrever, mas as palavras me fugiram. Não consigo esboçar um ínfimo de sentimento que seja, pois estes parecem trasbordar o limite das laudas. A gente passa por tanta coisa nesta vida que, em certa época, ter esperança parece ser contraditório. Não, não é... Apesar dos pesares, apesar de todos os gritos mudos e lágrimas secas.
Nunca acreditei em mágica e muito menos que as coisas por ela se realizassem. Contudo, se há uma palavra realmente encantada, está é recomeçar. Não que acredite em coisas nulas e que viveremos sem embasamento de situações anteriores. Caso fosse assim recomeçar perderia o encanto. Recomeçar é a capacidade de ir além de nós mesmos, de nossas amarguras. Todos experimentam o desespero, o nada, as máscaras. E daí que somos falhos? Dizemos não tantas vezes. Estar vivo é fácil, basta nascer. Viver é um mistério. Um mistério tão negro que nem sequer temos o direito a uma lição antes da prova.
Não consigo falar muito bem sobre pessoas. Sobre mim mesma também digo quase nada. Sou ambígua, prolixa e sei muito pouco. Por isso me bastaria o fim, mas não o quero. Não quero o conforto de quem vive se lembrando que tentou. Não, não... Quero que dê certo. Parece ser algo doloroso, um prazer estranho. Não posso concordar, muito menos discordar. Eu preciso que as coisas dêem certo. Estranho inconformismo. Então pra quê tentar se já começaremos nos remetendo a um não?
Não sei se procuro por dores, também não sei se gosto delas. Todavia, estou certa que gosto dos sabores e dos sorrisos e de poder fazer uma ligação durante a madrugada. Não quero esperas, apesar de saber que são necessárias. Quero esperanças com seus sabores agridoces. Esperar, talvez; esperançar, reconstruir sempre.
Um comentário:
Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é...
E vc, assim como sua escrita, é dolorosamente deliciosa!
Congrats, ném
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