domingo, 7 de setembro de 2008

O triste

Guardou esta manhã
para chorar longamente,
o que não fazia há muito.

Não porque setembro,
não por um fato específico,
um isto que fosse. Ou,

de tão antigo, seria um motivo que
não recordava e agora o hálito de seu abraço
frio e sem rosto?

Guardou, para tal manhã,

olhos e boca. Mas o rápido,
repentino sumo de uma luz

pelas frestas veio dar nos livros,

o telefone, crianças lá fora, jornais
e talvez, e ainda.

Manhã tão breve.

Quem sabe, depois, outubro.
Hoje não houve tempo.


Eucanaã Ferraz - Rua do Mundo

2 comentários:

oconselheiro disse...

A lágrima é a nossa maravilha e condenação. É a prova de estarmos vivos... que há mais do que carne e sangue em cada um de nós!

oconselheiro disse...

A lágrima é a nossa maravilha e condenação. É a prova de estarmos vivos... que há mais do que carne e sangue em cada um de nós!